Na vida dizemos que nada é eterno, e certamente o teu website também não. Face a fatores dinâmicos como a constante evolução da era digital, dos dispositivos de acesso á internet, arquiteturas de website novas e mais eficazes, atualização face às Trends de SEO e guidelines do Google, e ainda as não menos importantes optimizações de user-experience (UX), por vezes existe a necessidade de lançar um novo website feito de raiz.
Passei recentemente por essa experiência em diversos websites, direcionados ao público de diversos países, e por isso acho oportuno partilhar a minha experiência com o lançamento do renovado Feeling Lucky Portugal (website de análises e comparações de operadores autorizados licenciados pelo SRIJ).
Auditoria de SEO antes do lançamento
Não devemos apenas fazer auditorias quando algo novo é lançado. Pelo contrário, o trabalho continuo nas Search Engine Marketing Optimization Audits é imprescindível para todo o tipo de websites. Diversos acontecimentos podem afetar um website e é fulcral corrigi-los antes que os crawlers dos SERPs (como Google Bot ou Bing Bot), identifiquem um erro e possam prejudicar o ranking de um website nos motores de busca.
Há uma série de pontos que devemos recorrentemente verificar no nosso website:
Velocidade do Website

Páginas com métricas de velocidade em baixo (como LCP, CLS ou FCP) prejudicam não só os rankings, como a experiência do utilizador na visita a um website. A diferença entre estar na primeira página dos motores de busca pode custar dezenas de milhares de sessões, e juntando a isto uma experiência menos positiva num website lento e ultrapassado, ditando uma taxa de conversão menor que a esperada, pode custar centenas de milhares de euros anuais a um website ecommerce ou com intuito comercial como, por exemplo, afiliação.
Utilizando o Google PageSpeed Insights podemos ter uma visão aprofundada sobre a velocidade do nosso website. Existem também outras alternativas como o GTmetrix ou o Lighthouse Report na DevTools. Para dados mais históricos podemos e devemos também verificar as Web Core Vitals e a Page Experience no Google Search Console.
Para melhorar a velocidade de uma página há uma série de medidas a aplicar. As mais evidentes são:
- Compressões de imagem para obter o melhor tamanho com os melhores formatos (JPG ou WebP);
- Verificar os scripts e as tags GTM das páginas e, se necessário, ajustar os tempos em que estes disparam;
- Optar por um tema, framework ou servidor mais capaz de servir e hospedar o nosso website.
Do ponto de vista mais técnico, também será possível, entre outros procedimentos:
- Avaliar os scripts de terceiros ou third-party resources;
- Ajustar os tempos de disparo das tags GTM;
- Evitar lazy load em imagens above the fold e usar prefetch;
- Aplicar lazy load em imagens que não são automaticamente visualizadas pelo user;
- Fazer preload de fontes usadas no artigo;
Broken Links
Estes erros são uma dor de cabeça, certo? Tanto as ligações internas como externas devem ser verificadas, pois caso não estejam a funcionar (código 2xx) será apresentada uma página sem destino. Isto leva não só os utilizadores do website a ficarem desiludidos, como também à descida de qualidade da nossa página e consequente penalização nos motores de busca.
Broken links levam a páginas que já não existem ou que o URL de destino foi modificado (código 4xx).
No caso de se tratar de um link interno, poderá ser resolvido de duas formas:
- Modificar diretamente a ligação no corpo da nossa página
- Criar um redireccionamento do URL antigo para o novo URL (código 3xx).
Por norma aplico ambas as medidas, sendo que apenas uma bastará. A diferença reside no facto de, ao aplicar a medida 2, qualquer broken link adicional tanto no nosso website como num website de terceiros, será automaticamente arranjado. Contudo, sou também um defensor de resolver os problemas na fonte, e por isso opto normalmente por corrigir também o URL no conteúdo, quando se trata de um problema em pequena escala.
Para verificar erros relacionados com broken links, as melhores opções serão a utilização de software como o ScreamingFrog ou o SEMRush.
Alt Text nas Imagens

Há uma série de normas que devemos respeitar na publicação de imagens que não se resumem ao formato do arquivo ou ao seu tamanho. Falo de pormenores que muitas vezes passam despercebidos durante a sua publicação.
Todas as imagens deverão conter um título de ficheiro único e adequado, bem como descrição e texto alternativo. O texto alternativo permitirá que o website disponibilize um conteúdo descritivo aquando da impossibilidade de disponibilizar a imagem. Poderá também ajudar os motores de busca a perceber melhor sobre o que se trata a imagem e será possível obter não só uma melhor autoridade da página, como também alguns cliques adicionais na ferramenta de pesquisa por imagens.
Atributos dos Links Externos
Segundo as diretrizes da Google, os links externos podem ser categorizados em dois grandes grupos, os “Follow” (ou dofollow) e os “NoFollow”.
Os atributos de link Follow deverão ser usados para ligar a fontes credíveis e oficiais, nas quais confiamos a informação e o direcionamento dos nossos utilizadores. Nunca devem ser usados com intuito comercial ou para fontes como conteúdo criado por utilizadores, como por exemplo fóruns ou postagens de social media.
Os atributos NoFollow foram recentemente subdivididos de forma a serem mais precisos na sua tipologia:
- “UGC” – user generated content. Conteúdo criado por utilizadores, como posts ou comentários, sobre o qual nem nós nem o administrador do website de destino têm controlo.
- “Sponsored” – Conteúdo com fins comerciais ou que assume que existiu uma troca comercial para a colocação do mesmo.
Para incluir qualquer tipo de nofollow link basta simplesmente usar rel=”nofollow”. Está correto à mesma e engloba qualquer opção.
É importante notar que todo e qualquer link sem atributo será considerado automaticamente Follow. E não se esqueçam, nunca usem atributo NoFollow nos links internos!
Conteúdo de Página: Estrutura e Keywords
Não menos importante é o controlo sobre o nosso conteúdo. A nível de estrutura é importante respeitar regras como a utilização de Heading Tags estruturados e sequenciais (H1; H2; H3). Uma página deverá conter um único H1, normalmente o título, e não fará sentido ter um H3 se não existir qualquer H2. Obviamente isto será uma questão mais de planeamento e não de auditoria constante, mas é sempre relevante dar uma vista de olhos às páginas publicadas ultimamente, especialmente no caso de trabalho setorizado por equipas. Uma segunda revisão é sempre positiva!
Por outro lado, as keywords da página podem passar por um processo mais dinâmico. As keywords principais devem sempre ser 3% a 5% do conteúdo da página e constar preferencialmente nos nossos Headings.
Updates de conteúdo são sempre bem-vindos e ferramentas como a barra de pesquisa Google, o Google Trends ou até mesmo Keyword Planner da Google (ainda que mais usado para anunciantes), podem ser interessantes. Estas servem para verificarmos a relevância das nossas palavras-chave e fornecer insights para melhoria das mesmas, abrangendo também keywords mais gerais sobre o segmento de mercado ou as motivações que levam os utilizadores a pesquisar por um tipo de conteúdo. A minha tool preferencial é, no entanto, o Keyword Researcher da SEMRush e outras tools do mesmo software que avaliam métricas competitivas.
Meta Tags

As meta tags são importantíssimas para o SEO de um website. Devemos ter sempre cuidado não só nos meta titles como nas meta descrições (meta name = description) e olhar ainda para outros pormenores como o meta title OG que servirá para a apresentação nas redes sociais em caso de partilha da página numa postagem.
A meta data não só dará contexto ao conteúdo como também ajudará a aumentar o CTR das páginas nos motores de busca. Quanto mais apelativo for aquilo que o utilizador vê no primeiro contacto com a página, maiores serão as chances de entrar para ler o artigo e saber mais sobre o tema.
Também é importante verificar se o Robots.txt file está correto com as regras necessárias e que o Sitemap consta neste ficheiro.
Auditoria de SEO Após Lançamento de Website
Além dos pontos referidos anteriormente que devem fazer parte da rotina de SEO Audits de um website, há alguns aspetos adicionais a ter em atenção no momento do lançamento de um novo website que assente na manutenção do domínio anterior e na migração das páginas previamente publicadas.
No caso do Feeling Lucky Portugal, no momento do lançamento do novo website foram tidos cuidados adicionais:
Verificação de Subdiretórios do Website e Páginas-Pai
Por norma, todos os websites têm subdiretórios, ou seja, categorias que a nível de estrutura se localizam entre barras (/) nos websites. Uma página-pai é uma página de nível superior com páginas-filho encaixadas por baixo desta.
Quando o conteúdo de um website é migrado, por vezes, as páginas que se encontravam dentro de uma determinada categoria ficam soltas e sem página-pai.
É importante verificar que a estrutura criada anteriormente se mantém neste novo website. Caso contrário, não só a estrutura ficará uma confusão, como inclusivamente o URL final dessas páginas mudará e vai muito provavelmente originar broken links tanto internos como externos. Por este motivo, os subdiretórios deverão manter o nome anterior.
Redireccionamento de Broken Links
Caso existam alterações nos URLs e sejam originados broken links, a solução será criar um redirect permanente (código 301) para salvaguardar não só a estrutura do website, como também o conteúdo de terceiros com backlinks para o nosso website.
Pior do que não trabalhar o Link Building é perder os backlinks que já existiam anteriormente, verdade? O “sumo de SEO” é cada vez mais importante, e manter o trabalho que tinha sido feito anteriormente é fundamental!
A regra dos redirects aplica-se também às imagens. É expectável que numa migração alguns ficheiros alterem o seu URL final, pelo que devemos estar preparados para esta possibilidade.
Verificação das Tags do Google Tag Manager

Quando lançamos um novo website e queremos manter o conteúdo e as configurações do passado, por vezes existem erros no código como ausência ou má digitação de scripts.
O script de instalação do contentor da conta do Google Tag Manager deve ser verificado, caso contrário todas as Tags não estarão instaladas e poderão ocorrer erros como ausência de data no Google Analytics ou falhas em outras tags de software de análise de user-experience ou de afiliação.
Para verificar se tudo está a funcionar, é aconselhado abrir o source code do website e verificar se contém a nossa tag do GTM. Em seguida, por via das dúvidas, efetua-se um debugging no GTM para verificar a existência do script e o normal funcionamento das tags contidas no contentor referente ao website em questão.
Tirar partido da Schema Markup
A Schema Markup é algo fundamental para os websites nos dias de hoje e a implementação desta microdata nos websites pode ser decisiva para aumentar a exposição e também o tráfego.
Ao utilizar a tool do Rich Results Test do Google poderá ser analisada a structured data do website. Existem vários tipos de structured data: Artigos, Produtos, FAQ, Negócios Locais, Avaliações, etc.
Cada website e tipo de página terá as suas necessidades específicas de schema markup, e esta ferramenta introduzida no source code ativará os Rich Snippets da Google, bem como a qualidade geral das páginas e a autoridade do Website.
No caso do Feeling Lucky Portugal, structured data de artigos ou de avaliação são fundamentais, pelo que nos asseguramos que estejam devidamente implementadas.
Existem inúmeras ferramentas que ajudam nesta implementação. Caso o website utilize o WordPress, existem plugins criados para o efeito que simplificarão este processo!
Medição do Novo Website

Após verificar que as tags estão corretamente instaladas no nosso website e que a nossa auditoria corrigiu todos os erros originados pela migração do conteúdo para o novo website, chegou a hora de verificar, analisar e decidir com base nos insights fornecidos pelas plataformas de medição de desempenho como o Google Search Console e o Google Analytics.
No caso do Feeling Lucky, esta alteração surgiu no período no qual o Google Analytics Universal foi substituído pelo Google Analytics 4, pelo que foi necessária a configuração do Google Analytics 4 com pelo menos 12 meses de antecedência para nos certificarmos que não fossem perdidos dados históricos para evitar análises deficientes ou omissas.
Na configuração do Google Analytics 4 é fundamental definir corretamente os eventos através de tags GTM para os tornar em conversões que nos ajudem na avaliação dos nossos objetivos. O Google Search Console fornecerá também insights importantes como o número de páginas indexadas (e as não indexadas com os respetivos motivos), bem como o Web Core Vitals e a Page Experience para analisar a evolução do website tanto em desktop como mobile e os efeitos das alterações efetuadas.
Nas primeiras semanas pode ser expectável uma flutuação (geralmente negativa) no tráfego e nos rankings em geral, mas é absolutamente normal! Ao fim de algum tempo o website estabilizará e, se tudo correr como expectável, o lançamento de um novo website que respeite as melhores práticas de SEO levará a um aumento do tráfego e do cumprimento dos objetivos.

O lançamento de um novo website é um caminho longo e neste artigo procurei sumarizar as questões a nível de SEO que nos podem ajudar a alavancar o nosso website após um processo tão importante como este. Esta foi a minha experiência recente com o Feeling Lucky Portugal, processo este também replicado em outros websites da marca direcionados para países como Espanha, Bélgica, Colômbia ou Roménia.
Lembrem-se sempre, o SEO não é um sprint, é uma maratona!

Excelente conteúdo! Bastante útil, fácil e rápido de entender.